segunda-feira, 2 de julho de 2007

Vírus podem ser utilizados em dispositivos de memória

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Cientistas dos Estados Unidos e Itália encontraram uma maneira de anexar vírus a pequenos materiais semicondutores chamados de quantum dots. O resultado é um produto híbrido que pode ser utilizado na criação de eletrônicos biocompatíveis ou ainda serem uma maneira simples e barata de criar chips de memória de alta densidade.

Baseado no princípio de que alguns materiais biológicos reagem a moléculas inorgânicas, pesquisadores começaram a explorar o fenômeno na criação de dispositivos de nanotecnologia e já desenvolveram biosensores.

Mihri Ozkan, da Universidade da Califórnia, conseguiu transformar a tecnologia em um dispositivo que armazena informação digital, algo fascinante e "um tanto inesperado, porque cada nanopartícula não tem características de memória por si só, apenas quando algumas delas são conectadas como híbridas", explicou à revista New Scientist.

O primeiro passo dos cientistas foi depositar CPMV, um vírus de plantas de 30nm inofensivo aos humanos com capacidades programáveis, em quantum dots compostos de seleneto de cádmio e sulfeto de zinco. Depois, os pesquisadores colocaram os híbridos em uma matriz de polímero e imprensaram-nos entre dois eletrodos condutores para os testes. A descoberta foi que cada unidade híbrida pode operar como dispositivo de memória com propriedades condutoras que podem ser trocadas entre "alta" e "baixa", a partir de uma baixa voltagem, o que representaria os binários 0 e 1.

Sendo não-volátil, os dados poderiam ser armazenados mesmo sem energia. Ozkan explicou que, teoricamente, isto poderia levar ao armazenamento em alta densidade, já que cada híbrido pode ser uma unidade autônoma de armazenamento e milhões delas poderiam caber em poucos centímetros quadrados.

Novas funcionalidades ainda poderiam ser adicionadas ao vírus, segundo os cientistas, como é o caso de percepção ambiental. "Em termos Star Trek, os híbridos poderiam funcionar como nanomáquinas ou nanorobôs construídos para tratar doenças", explicou Ozkan, que acredita que sistemas capazes de gravar sua jornada por dentro do corpo humano possam ser criados com a tecnologia.

Fonte do CTRL+C: Terra

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